Mulheres tabagistas e que fazem uso de anticoncepcionais têm risco 73% maior de sofrer um infarto ou AVC
Só quem enfrentou uma crise de enxaqueca sabe o quanto dói e atrapalha a vida. Campeã de consultas médicas, ela não é só uma cefaleia (popularmente conhecida como “dor de cabeça”) que aparece repentinamente. A enxaqueca – um dos mais de 200 tipos de cefaleia existentes -, doença neurológica, hereditária e crônica, faz parte da rotina de cerca de 15% dos brasileiros entre 20 e 40 anos. Deste universo, 81% são mulheres e 59,7% são homens, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe).
Uma meta-análise publicada no The British Medical Journal, mostrou que as mulheres que sofrem de enxaqueca com aura
Caracterizada por alguns sintomas neurológicos, principalmente alterações visuais, que surgem antes da dor -, têm risco 73% maior de desenvolver doenças cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico. O risco acaba se tornando duas vezes maior quando há a combinação de tabaco e o uso de anticoncepcionais.
O neurologista do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, Dr. Luiz Henrique Dourado, explica que os hormônios existentes em alguns tipos de anticoncepcionais podem favorecer a formação de pequenos trombos no sangue, que podem causar o entupimento dos vasos sanguíneos. Enquanto que o cigarro favorece o desenvolvimento de aterosclerose, que é a formação de placas dentro das veias. “É importante tranquilizar os pacientes. O alerta deve servir como incentivo extra para que eles sejam ainda mais cuidadosos aos possíveis riscos de doenças cardiovasculares e ao implemento de estratégias alternativas para minimizar riscos”, endossa.
Por isso, de acordo com a orientação do neurologista, indivíduos que sofrem de enxaqueca têm um motivo a mais para mudar os hábitos: parar de fumar, seguir uma dieta balanceada, checar a pressão e o colesterol com mais frequência, e fazer atividade física.
Alerta aos sintomas
Sensibilidade à luz e ao som, geralmente seguidas de náuseas, vômitos, vertigens, intolerância a cheiros são alguns dos sintomas clássicos da enxaqueca. Além disso, o que muita gente não sabe é que o excesso de medicação analgésica, sem recomendação médica, que ultrapassa a quantia de três comprimidos por semana, é considerado o maior fator de risco para a progressão da enxaqueca, pois pode intensificar e mudar as características da dor.
Afinal, como saber se a enxaqueca está em um estágio avançado? “Anote na agenda”, orienta o neurologista. “Monitorar a frequência, duração, horário predominante em que surgem as crises, intensidade da dor, sintomas acompanhados, quais situações são possíveis desencadeantes e a localização da dor é o primeiro passo para entender a gravidade deste mal”, indica.
Principais causadores das crises
Os gatilhos mais frequentes da enxaqueca, ou seja, aquelas situações corriqueiras do dia a dia que nos deparamos sem prestar a devida atenção, embora bastante comuns, costumam variar de pessoa para pessoa. Conhecê-los melhor ajuda e evitar possíveis crises. Na dúvida, busque orientação médica. São eles:Estresse;
- Claridade;
- Cheiro forte;
- Jejum prolongado;
- Mudança de rotina de sono;
- Mudanças hormonais;
- Consumo de bebidas alcoólicas em excesso.